A sessão de abertura do Encontro Anual da AAM em 01 de junho contou com a apresentação de Christy Coleman da Jamestown-Yorktown Foundation e de
Marina Gorbis do Institute for the Future.
Sob a premissa de que o atual momento de crise exige uma responsabilidade ainda maior dos museus em relação às suas comunidades, a mesa foi aberta com a declaração de que este é o momento de calibrar a missão dos museus, reforçar seus valores e testar sua capacidade de adaptação e resiliência.
Christy Coleman reforçou o papel da cultura na evolução, saúde e conscientização de sua comunidade. Para ela, os museus são organizações que têm a capacidade de promover o senso de comunidade, de conectar pessoas e, sobretudo, lembra-las de que são parte de algo maior, da humanidade. Com seus ativos, conhecimento, conteúdo, patrimônio, os museus encontram-se em um lugar privilegiado para celebrar a diversidade e deve encontrar meios de fazê-lo.
Interessante, também, foi a participação de Marina Gorbis, diretora executiva do Institute for the Future, como keynote speaker. O Institute for the Future é uma organização que vem, há mais de 50 anos, trabalhando com organizações, empresas e governo em processos de construção de cenários futuros. Como ela ressaltou, em tempos de crise as desigualdades sociais, econômicas, entre países, se impõem de uma forma ainda mais desafiadora. Enfrentá-las é um imperativo e uma janela para promover olhar e transformações de longo prazo. Mas quais os recursos com os quais a sociedade pode contar para este enfrentamento? A construção deste longo prazo, a construção do futuro, como ela destaca, começa sempre na imaginação deste e é muito difícil contar com ela em um momento no qual as histórias do presente não são positivas e há pouca esperança. É neste cenário que a cultura e a arte são ativos importantes na sociedade. Marina lembra de sua importância para engajar pessoas a imaginar futuros possíveis. Construir futuros exige conexão, curiosidade e coragem, elementos presentes no capital agregado nos museus. Termina com um chamado aos museus para tomarem seu lugar como grandes plataformas para promover a imaginação do futuro.
Do reforço das identidades e sentidos locais, ao potencial de promover um olhar de longo prazo, ajudando a construir o futuro, não é pouca a expectativa que se tem sobre os museus. Como é próprio de uma mesa de abertura, tratou-se de abrir a visão para as grandes possibilidades de atuação da área e de inspirar os participantes, tirando-os das emergências que a crise coloca no curto prazo para o campo museológico e da cultura.
O convite para os museus assumirem responsabilidade e colocarem seus ativos em prática na construção de uma nova sociedade envolve olhar para si, para sua comunidade e para frente e assumir-se como parte de um movimento maior que se apresenta como a grande oportunidade deste momento tão duro: o da transformação para uma sociedade mais justa, com reconhecimento de toda sua diversidade e o enfrentamento de suas desigualdades.
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